domingo, 11 de julho de 2010

As boas lições aprecem no Gibi

Contas certas na gibiteca
Enquanto controlam o movimento de entrada e saída dos gibis na biblioteca, as crianças fazem exercícios de Matemática Jaques Faing.
Bibliotecários esforçados: as quatro operações na ponta dos dedos
O forte dos gibis é ensinar Português, mas eles também podem servir de suporte para o ensino da Matemática. Os professores do Fernando Pessoa aproveitam a existência das gibitecas nas salas da 1a série para dar exercícios práticos com as quatro operações. Junto com a professora, os alunos cuidam da coleção de revistas, registrando quantos gibis entram e saem da classe.
Problemas práticos
Para organizar todo o material, foi criada uma tabela, na qual é registrada cada nova aquisição na coluna correspondente (Turma da Mônica, Disney, Super-Heróis e outros). A turma ainda faz contagens periódicas do que tem disponível. Além disso, vários problemas matemáticos podem ser propostos.
Acompanhe:

• Se alguém levasse sete dos nossos treze gibis, quantos sobrariam?

• Já temos treze exemplares em nossa gibiteca. Somos 25 em classe. Quantos gibis faltam para que cada aluno possa pegar um emprestado sem sobrar nenhum?

• Temos oito revistinhas da Turma da Mônica e cinco da Disney. Quantas mais da Disney precisamos arranjar para ter a mesma quantidade nas duas colunas?

• Se na próxima contagem verificarmos que, em vez de treze, temos 22 gibis, o que terá acontecido?
A turma decide o final da história
Atividade propõe que o aluno desenvolva um argumento iniciado pelo professor
A atividade proposta aqui pela arte-educadora Cecifrance Aquino bem que poderia chamar-se "Você Decide", como o popular programa de televisão. Nela, caberá aos alunos da 1ª a 4ª série decidir o desfecho de uma HQ apresentada pelo professor. A idéia é desenvolver a criatividade dos alunos, pedindo para que eles desenhem e preparem o texto para o desfecho de uma história, da qual apenas se conhece o início.
Psicodrama
A história deve ser passada para toda a turma, que pode dividir-se em grupos ou trabalhar individualmente. O professor produz uma HQ e, no momento culminante, interrompe a narrativa deixando os últimos quadrinhos em branco.
Prontos os diversos finais, o professor pode coordenar um debate em que cada aluno apresenta sua versão. "É uma experiência bastante enriquecedora", diz Cecifrance. "Cada aluno coloca ali seus sentimentos, quando cria um final que lhe convém, é como se fosse um psicodrama."
Mafalda precisa de uma plástica
Heroína de quadrinhos argentina criticava a Guerra Fria, que não existe mais se você tem pouco mais de 20 anos, talvez não tenha se deliciado com as histórias da Mafalda, a garota com essa enorme cabeleira e laço de fita na cabeça aí no alto da página. Mafalda, obra do desenhista argentino Quino, criticava a Guerra Fria, as ditaduras militares e a censura à imprensa. Será que hoje ela teria as mesmas preocupações políticas das décadas de 60 e 70?
Mafalda em ação: críticas políticas e sociais superadas pelos novos tempos
Discurso atualizado
"Certamente não", diz Cecifrance Aquino, que propõe uma atividade conjunta entre História e Artes Plásticas usando as histórias da Mafalda. O professor de História deve abordar as características dos anos 60 e 70 e pedir aos alunos que reescrevam o texto "atualizando" o discurso da personagem. "Essa é uma boa forma de ensiná-los que a arte não é desvinculada da realidade."
CABEÇA DE MACACO
Rapto de Tarzã bebê: pura ficção
O professor de História Benauro Roberto de Oliveira, da Escola da Vila, de São Paulo, gosta de propor quebra-cabeças aos alunos. "Quero saber o que cada um pensa sobre a sua condição humana", diz. Para ajudar a turma, Benauro distribui uma sinopse sobre o personagem Tarzã. Ele pergunta se a história de Tarzã poderia ter acontecido.
"Quero alunos críticos, capazes de compreender o processo histórico", diz. A história de Tarzã, adotado pelos macacos, só seria possível nos gibis. Tarzã tinha a capacidade de pensar, mas precisava exercitá-la. Na selva, ele nunca se transformaria no lorde inglês, educado e culto de que fala a história.
Saiba mais: http://www.ensino.net/novaescola/111_abr98/html/repcapa2.htm Os estilos da arte nos quadrinho
http://www.ensino.net/novaescola/111_abr98/html/repcapa4.htm Histórias para quem está começando
Revistas ja foram jogadas na fogueira
http://www.ensino.net/novaescola/111_abr98/html/repcapa5.htm Como fazer um gibi
http://www.ensino.net/novaescola/111_abr98/html/repcapa3.htm As boas lições aparecem no Gibi

terça-feira, 22 de junho de 2010

Evolução do desenvolvimento da escrita de acordo com Teberosky

Os estudos de Teberosky e Colomer (2003) evidenciaram que:
As crianças antes de poderem ler e escrever sozinhas, formulam idéias próprias ou hipóteses, atribuindo aos símbolos da escrita significados distintos dos que são transmitidos pelos alfabetizadores;
As hipóteses elaboradas pelas crianças seguem uma ordem de evolução.
Nível pré-silábico e suas hipóteses:
Neste nível as crianças consideram que escrever é a mesma coisa que desenhar. Elas tem dificuldades em diferenciar letras e números e geralmente escrevem usando desenhos, rabiscos, garatujas, pseudoletras, números ou elementos misturados. Acreditam que se escreve guardando as características do objeto a ser escrito. Este fenômeno é denominado de “realismo nominal”.
Deve-se mostrar aos alunos que a escrita representa os sons da fala, através da exploração oral com poemas, trava-línguas, parlendas, etc.
Nível silábico e suas hipóteses:
Nesta fase os alunos começam a perceber que a escrita está relacionada com a pauta sonora da palavra.
Hipótese quantitativa: quando a criança marca uma letra qualquer para representar cada silaba da palavra.
Hipótese qualitativa: quando a criança começa a utilizar na escrita das silabas das palavras letras que possuem uma correspondência com os sons representados.
Neste nível é interessante propor atividades como o ditado, o trabalho com o nome próprio, o nome dos colegas e cruzadinhas, para que possam perceber que as sílabas possuem partes menores.
Nível silábico – alfabético e suas hipóteses:
Nesta fase os alunos já possuem suas hipóteses próximas da escrita alfabética. Fazem relação entre fonema e grafema.
Nível alfabético e suas hipóteses:
O aluno começa a compreender as relações entre grafemas e fonemas, ainda que tenham tendência a escrever como se pronunciam as palavras. Momento adequado para se introduzir a letra cursiva. As atividades devem estar voltadas para garantir uma maior fluência na leitura e consolidação das correspondências grafofônicas.

É importante realizar atividades no nível da palavra, composição e decomposição de sílabas de letras iguais ou diferentes e de análise fonológica. Utilizar textos como poemas, parlendas, cantigas, com rimas a serem exploradas. O principal papel do professor é na hora do planejamento, estar atento a heterogeneidade do grupo, oferecendo atividades diferentes para alunos que apresentam hipóteses de escritas diferentes.

Psicogênese da Escrita

É uma teoria psicológica que aborda como os alunos se apropriam da escrita alfabética. Com isso, os professores passaram a conhecer os níveis de aquisição da escrita e aprenderam como avaliar seus alunos.
Inicialmente as crianças copiavam sílabas, depois frases e só mais tarde eram solicitadas a produzir escritas de forma autônoma. A concepção tradicional de alfabetização priorizava o domínio da técnica de escrever, sem se importar com o conteúdo. Copiavam palavras ditadas pelas professoras e elas deveriam escrever para acertar, sem nenhuma intenção de refletir sobre a escrita.
Para Ferreiro e Teberosky (1979), “o problema da alfabetização” tem sido exposto como uma questão de método, e a preocupação seria a de encontrar o “ melhor e mais eficaz” método para ensinar a ler e escrever.
Métodos
No método sintético a intervenção se dava no ensino das partes menores para depois partir para unidades maiores; os analíticos se concentravam no ensino na memorização de unidades maiores para depois chegar a unidades menores e os analíticos- sintéticos conduziam atividades de análise e síntese das unidades maiores e menores ao mesmo tempo. Ambos tratavam a aprendizagem do sistema de escrita alfabética de forma mecânica, técnica para a realização de deciframento.
A transcrição gráfica da linguagem oral (codificação) e a leitura era considerada uma transformação do escrito em som (decodificação).
O processo tradicional ideal para se alfabetizar era através das progressões clássicas (vogais, combinações com consoantes e depois a formação das palavras por duplicação dessas sílabas).
Em 1960/1970, passou-se a considerar que a escrita era uma maneira particular de “notar” a linguagem e que o sujeito em processo de alfabetização já tinha conhecimento de sua língua materna. Baseava-se na repetição e memorização.