terça-feira, 22 de junho de 2010

Evolução do desenvolvimento da escrita de acordo com Teberosky

Os estudos de Teberosky e Colomer (2003) evidenciaram que:
As crianças antes de poderem ler e escrever sozinhas, formulam idéias próprias ou hipóteses, atribuindo aos símbolos da escrita significados distintos dos que são transmitidos pelos alfabetizadores;
As hipóteses elaboradas pelas crianças seguem uma ordem de evolução.
Nível pré-silábico e suas hipóteses:
Neste nível as crianças consideram que escrever é a mesma coisa que desenhar. Elas tem dificuldades em diferenciar letras e números e geralmente escrevem usando desenhos, rabiscos, garatujas, pseudoletras, números ou elementos misturados. Acreditam que se escreve guardando as características do objeto a ser escrito. Este fenômeno é denominado de “realismo nominal”.
Deve-se mostrar aos alunos que a escrita representa os sons da fala, através da exploração oral com poemas, trava-línguas, parlendas, etc.
Nível silábico e suas hipóteses:
Nesta fase os alunos começam a perceber que a escrita está relacionada com a pauta sonora da palavra.
Hipótese quantitativa: quando a criança marca uma letra qualquer para representar cada silaba da palavra.
Hipótese qualitativa: quando a criança começa a utilizar na escrita das silabas das palavras letras que possuem uma correspondência com os sons representados.
Neste nível é interessante propor atividades como o ditado, o trabalho com o nome próprio, o nome dos colegas e cruzadinhas, para que possam perceber que as sílabas possuem partes menores.
Nível silábico – alfabético e suas hipóteses:
Nesta fase os alunos já possuem suas hipóteses próximas da escrita alfabética. Fazem relação entre fonema e grafema.
Nível alfabético e suas hipóteses:
O aluno começa a compreender as relações entre grafemas e fonemas, ainda que tenham tendência a escrever como se pronunciam as palavras. Momento adequado para se introduzir a letra cursiva. As atividades devem estar voltadas para garantir uma maior fluência na leitura e consolidação das correspondências grafofônicas.

É importante realizar atividades no nível da palavra, composição e decomposição de sílabas de letras iguais ou diferentes e de análise fonológica. Utilizar textos como poemas, parlendas, cantigas, com rimas a serem exploradas. O principal papel do professor é na hora do planejamento, estar atento a heterogeneidade do grupo, oferecendo atividades diferentes para alunos que apresentam hipóteses de escritas diferentes.

Psicogênese da Escrita

É uma teoria psicológica que aborda como os alunos se apropriam da escrita alfabética. Com isso, os professores passaram a conhecer os níveis de aquisição da escrita e aprenderam como avaliar seus alunos.
Inicialmente as crianças copiavam sílabas, depois frases e só mais tarde eram solicitadas a produzir escritas de forma autônoma. A concepção tradicional de alfabetização priorizava o domínio da técnica de escrever, sem se importar com o conteúdo. Copiavam palavras ditadas pelas professoras e elas deveriam escrever para acertar, sem nenhuma intenção de refletir sobre a escrita.
Para Ferreiro e Teberosky (1979), “o problema da alfabetização” tem sido exposto como uma questão de método, e a preocupação seria a de encontrar o “ melhor e mais eficaz” método para ensinar a ler e escrever.
Métodos
No método sintético a intervenção se dava no ensino das partes menores para depois partir para unidades maiores; os analíticos se concentravam no ensino na memorização de unidades maiores para depois chegar a unidades menores e os analíticos- sintéticos conduziam atividades de análise e síntese das unidades maiores e menores ao mesmo tempo. Ambos tratavam a aprendizagem do sistema de escrita alfabética de forma mecânica, técnica para a realização de deciframento.
A transcrição gráfica da linguagem oral (codificação) e a leitura era considerada uma transformação do escrito em som (decodificação).
O processo tradicional ideal para se alfabetizar era através das progressões clássicas (vogais, combinações com consoantes e depois a formação das palavras por duplicação dessas sílabas).
Em 1960/1970, passou-se a considerar que a escrita era uma maneira particular de “notar” a linguagem e que o sujeito em processo de alfabetização já tinha conhecimento de sua língua materna. Baseava-se na repetição e memorização.